
Petrolina registra caso de importunação sexual envolvendo professor de escola estadual
A prisão de um professor acusado de importunar uma estudante de 17 anos dentro da Escola Estadual Otacílio Nunes de Souza, no bairro Areia Branca, em Petrolina, segue gerando forte repercussão na cidade. O caso, ocorrido em pleno Agosto Lilás, campanha de enfrentamento à violência contra a mulher, provocou indignação entre pais, estudantes e a comunidade escolar.
Professor é preso em escola de Petrolina suspeito de assédio sexual
Reprodução/redes sociais
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De acordo com o relato da vítima, a importunação aconteceu durante o intervalo do turno da manhã. A adolescente contou à mãe que foi tocada de forma indevida pelo professor dentro da escola. A denúncia rapidamente circulou por grupos de mensagens e redes sociais, levando pais de alunos a tentarem impedir a saída do suspeito do estacionamento da unidade.
“Quando a minha filha relatou o que tinha acontecido, que o professor esbarrou e passou a mão nela… Disse que ele já tem costume de fazer isso com outras alunas da escola, inclusive tem relatos. Então, eu queria o flagrante. A escola chamou a patrulha escolar e ele empreendeu fuga ao saber, por um funcionário da escola, que a polícia tinha sido acionada. Mas a gente não aceitou e partimos para cima do carro para ele não sair”, contou a mãe, que não quis se identificar.
O caso foi registrado na Delegacia da Mulher de Petrolina. A mãe da estudante, a própria vítima e testemunhas foram ouvidas ainda na tarde da segunda-feira (11). Segundo a Polícia Civil, durante os depoimentos, uma das testemunhas afirmou também ter sido vítima do mesmo professor.
De acordo com o delegado Wagner Vinícius Volpi, o crime não foi enquadrado como assédio sexual por não haver vínculo hierárquico direto entre o professor e a aluna.
“Ele não era professor da sala dela. A ação se deu numa situação corriqueira dentro da escola, o que configura importunação sexual. Já ouvimos outras vítimas e seguimos apurando. Se for comprovado que ele cometeu mais crimes, ele será indiciado por cada um deles”, explicou.
O professor passou por audiência de custódia nesta terça-feira (12). A Gerência Regional de Educação do Sertão Médio São Francisco informou que ele já respondia a um processo administrativo interno, por uma denúncia semelhante, feita em maio deste ano.
“Em maio, recebemos uma denúncia parecida contra esse professor e imediatamente abrimos um processo administrativo, chamado PAD, para investigar com a participação do estudante, da escola e do professor. Ele trabalha na Escola Otacílio há quatro anos. Ontem tivemos esse segundo relato da estudante. Somos terminantemente contra qualquer tipo de assédio, pois fazemos parte da rede de proteção da criança e do adolescente, e casos assim são inadmissíveis”, destacou Célia Regina Carvalho, gerente regional de educação.
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