Homem é condenado a mais de 33 anos de prisão por feminicídio em Ipatinga


Acusado de injetar cocaína e matar namorada é condenado em Ipatinga
Foi condenado, nesta quinta-feira (14), o homem acusado de matar a companheira com overdose forçada e agressões, em Ipatinga. Alef Teixeira de Souza, recebeu a pena de 33 anos e 4 meses de prisão, em regime inicial fechado, pelo homicídio qualificado de Rafaella Cristina Miranda Sales, ocorrido em abril de 2023, no bairro Vila Celeste. A decisão do Tribunal do Júri de Ipatinga acolheu integralmente todas as teses apresentadas pelo Ministério Público.
📲Clique aqui para seguir o canal do g1 Vales no WhatsApp
Tortura e drogas na frente das filhas
Segundo a denúncia, Alef manteve Rafaella sob constantes agressões físicas e injetou doses de cocaína na vítima, aumentando progressivamente a quantidade até causar overdose fatal. O crime envolveu asfixia, tortura, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivação de gênero, configurando feminicídio no contexto de violência doméstica e familiar. Rafaella apresentava múltiplas lesões, hematomas e marcas de injeção nos braços.
Após o assassinato, Alef se apropriou das redes sociais e do celular da vítima, enviando mensagens falsas para familiares para tentar disfarçar o crime.
“Ele tentou passar por ela, dando informações dissonantes para a família, negando que tivesse acontecido algo”, explicou o promotor de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro.
O promotor ressaltou ainda que o crime ocorreu na frente das duas filhas da vítima, à época com 10 e 14 anos.
Rafaella foi encontrada morta no bairro Vila Celeste e Alef foi preso quatro meses depois na Colômbia
Reprodução
O julgamento
O Tribunal do Júri acolheu todas as provas apresentadas pelo Ministério Público, incluindo os relatos sobre as agressões e o uso de drogas. Alef fugiu do país após o crime, passando pelo Uruguai, Argentina, Peru e Costa Rica, até ser preso em Bogotá, na Colômbia, com auxílio da Interpol. A extradição para o Brasil envolveu trâmites na Suprema Corte da Colômbia e no Ministério da Justiça brasileiro.
Em outro processo, Alef responde por tentativa de feminicídio qualificado em São Paulo, ocorrido em abril de 2021, que será julgado posteriormente.
“Trata-se de um autor com histórico de violência contra mulheres, que poderia ter feito outras vítimas se estivesse em liberdade”, afirmou o promotor.
A mãe da vítima, Maria Helena Miranda, descreveu Rafaella como uma mulher dedicada, carinhosa e extremamente responsável, que sempre colocava a família em primeiro lugar.
“Ela era uma excelente filha, irmã e mãe. Sempre preocupada com todos, era a primeira a mandar um bom dia, mesmo cedo, e a cuidar das minhas netas”, relatou.
Maria Helena lembrou que Alef Teixeira de Souza destruiu não apenas a vida de Rafaella, mas também o equilíbrio e a segurança de toda a família.
“Ele destruiu a vida da minha filha, das minhas netas e da nossa família. Ele é frio e cruel. Não havia nenhum indício de que ela merecia isso, ela nunca usou drogas, nunca foi agressiva. Ele acabou com tudo que ela construiu”, afirmou.
Durante o julgamento, realizado no Fórum de Ipatinga, o Ministério Público apresentou laudos periciais, mensagens trocadas pelo casal e o depoimento de testemunhas, incluindo vizinhos e familiares. As provas demonstraram que o réu mantinha um padrão de agressões e controle sobre a vítima, culminando no episódio fatal.
Após quase 10 horas de sessão, os jurados decidiram pela condenação em todos os quesitos apresentados pela acusação.
Alef Teixeira de Souza cumprirá a pena de 33 anos e 4 meses de prisão em regime inicial fechado.
Vídeos do Leste e Nordeste de Minas

Veja outras notícias da região em g1 Vales de Minas Gerais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.