
Acre decreta emergência por causa da seca
Após três dias sem medição, o nível do Rio Acre marcou 1,58 metro na manhã desta sexta-feira (15) em Rio Branco. O nível está 27 centímetros acima do que foi registrado no último dia 12, quando o manancial marcou 1,31 metro, a menor cota do ano até agora.
Esta foi a maior e única subida do nível do rio desde 17 de julho e a marca atual está a 35 centímetros da pior cota histórica, de 1,23 metro, registrada em setembro do ano passado. (Veja no gráfico mais abaixo)
Além disto, o rio não marcava 1,58 metro desde 24 de julho.
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O manancial ficou três dias sem medição por conta de problemas técnicos com as réguas de medição. A Defesa Civil municipal disse que técnicos da Agência Nacional das Águas (ANA) haviam sido solicitados para que fossem feitas as manutenções.
Já com relação à subida do nível, o coordenador do órgão, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que a oscilação positiva ocorreu por conta do aumento nas cabeceiras, principalmente na Bolívia.
Rio Acre – 1,5 metro – Agosto de 2025
Júnior Andrade/Rede Amazônica
“Quando nós restabelecemos o sinal, percebemos essa oscilação positiva, mas o que não é bom para nós de notícia é porque o que aumentou no rio não foi chuvas oriundas daqui de Rio Branco […] a expectativa é que continue sem chuvas, nós ainda temos uma previsão que pode acontecer lá pelo dia 20 o agravamento da situação”, falou.
A situação de estiagem severa ocorre em meio ao decreto de emergência, sancionado pelo governo do estado na última quarta-feira (6), por causa da seca nos rios que cortam o estado, e que fica em vigor por 180 dias.
Por conta desse cenário, é justificado no documento que o baixo nível de chuvas influencia na navegação de embarcações nos cursos d’água, comprometendo ‘a logística de transporte, isolando comunidades e dificultando o abastecimento de bens essenciais’. Em julho, por exemplo, choveu somente 8 milímetros.
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Desde o dia 17 de julho, inclusive, o principal manancial do estado esteve em queda. Neste dia, o Rio Acre estava com 1,69 metro.
Nos dias seguintes, o rio continuou diminuindo até se estabilizar em 1,55 metro no dia 26 de julho — ficando neste nível até 3 de agosto, quando voltou a reduzir.
Rio Branco decreta emergência por conta de seca do Rio Acre
Sobre o decreto, o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, disse que esta é uma etapa importante para que haja ações de socorro mais rápidas e, consequentemente, que os recursos cheguem de forma mais célere.
“A gente sabe que tem municípios do interior que estão em situação muito delicada, Jordão, Marechal Thaumatugo, enfim, recebemos muitas informações, muitas imagens. É lamentável uma situação que está ficando recorrente. Agora é a união do poder público para se ajudar”, falou.
Rio Acre – 1,5 metro – Agosto de 2025
Júnior Andrade/Rede Amazônica
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou o decreto que coloca a capital do Acre em situação de emergência por conta da seca do manancial. A sanção ocorreu na manhã de quarta-feira (6), quando o rio marcou 1,51 metro, e foi publicado nesta quinta (7).
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o decreto assinado pelo prefeito dá liberdade para o pedido de socorro e de resposta.
Rio Acre – Seca em Rio Branco – Agosto de 2025
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Durante a entrevista coletiva na última semana, o prefeito disse que apesar dos problemas recorrentes nas estações de tratamentos, não acredita que a capital irá ficar sem água por conta da seca.
O pensamento também é compartilhado por Enoque Pereira, diretor-presidente do Serviço de Atendimento de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb).
“A gente não tem essa previsão de faltar água. No passado, [o Rio Acre] ficou em 1,23 metros, fizemos todo o controle para que não faltasse. Tivemos até que fazer uma mini barragem, mas não faltou água. Vamos ter que dragar, escavar, fazer uma mini barragem, mas não vai faltar água”, falou.
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