
O presidente dos Estados UNidos, Donald Trump, criticou os museus de Washington e afirmou que pode cortar as verbas federais para eles, assim como fez com universidades como Harvard, em um post na rede Truth Social nesta terça-feira (19).
“Os museus em Washington, mas também em todo o país, são, essencialmente, o último segmento remanescente do “WOKE”. O Smithsonian está FORA DE CONTROLE, onde tudo o que se discute é o quão horrível é o nosso país, o quão ruim era a escravidão e o quão malsucedidos os oprimidos têm sido — nada sobre sucesso, nada sobre brilho, nada sobre o futuro. Não vamos permitir que isso aconteça, e instruí meus advogados a analisar os museus e iniciar exatamente o mesmo processo que foi feito com faculdades e universidades, onde houve um progresso tremendo. Este país não pode ser “WOKE”, porque “WOKE” ESTÁ FALIDO. Temos o país “MAIS QUENTE” do mundo e queremos que as pessoas falem sobre ele, inclusive em nossos museus.”
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala a repórteres na entrada da Casa Branca, em 18 de junho de 2025.
Evan Vucci/ AP
A Casa Branca ordenou uma avaliação das exibições dos principais museus em Washington para afirmar seu “alinhamento” com a visão dos Estados Unidos promovida pelo presidente Donald Trump e “eliminar as narrativas divisórias ou partidárias”.
Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, o presidente busca controlar as principais instituições culturais do país, ao mesmo tempo que reduziu o financiamento para as artes e as humanidades.
A análise incluirá as exposições, os textos, a conservação ou até mesmo a programação de oito museus de Washington geridos pela prestigiosa Smithsonian Institution, que conta com uma vasta rede de museus que abriga milhões de objetos expostos ao público.
A administração realizará uma “revisão interna exaustiva de determinados museus e exibições Smithsonian”, indica uma carta publicada na terça-feira no site da Casa Branca dirigida ao secretário da instituição, Lonnie Bunch.
“Essa iniciativa pretende garantir um alinhamento com as diretivas do presidente de celebrar o excepcionalismo americano, eliminar as narrativas divisórias ou partidárias e restaurar a confiança em nossas instituições culturais compartilhadas”, aponta o texto.
A revisão será aplicada a oito grandes museus, incluindo o Museu Nacional de História Americana, o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana e o Museu Nacional do Indígena Americano.
Será avaliado “o tom, marco histórico e alinhamento com os ideais americanos” das exibições, materiais educacionais e o conteúdo digital, antes das celebrações do 250º aniversário da independência dos Estados Unidos em 2026.
O Smithsonian informou à AFP nesta quarta-feira que seu trabalho se baseia em um profundo compromisso com a excelência acadêmica, pesquisa rigorosa e apresentação precisa e objetiva da história”.
“Revisamos a carta com esse compromisso em mente (…) e continuaremos colaborando construtivamente com a Casa Branca, o Congresso e nosso conselho de regentes”, acrescentou.
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